quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ponto - Rabaçal - Risco - 25 Fontes - Levada Rocha Vermelha - Central Hid. da Calheta -14-02-2010

Domingo, 14 de Fevereiro.


Dia dos Namorados. Nada melhor para este dia que “namorar a natureza” indígena da nossa terra neste dia.
Com os Amigos do costume, lá nos juntamos á hora do costume, no sítio do costume e partimos rumo á Ribeira Brava.
A noite tinha sido de pleno Inverno. A caminhada também se adivinhava cheia de água. Novamente. O inverno este ano tem sido rigoroso e como tal, já saímos de casa “armados de armas e bagagens” para fazer frente ao rigor do tempo.
Pela Ribeira Brava já se notavam resquícios da noite anterior. A ribeira vinha com muita água. Os patos lutavam para conseguir um pouco de terra seca junto do seu leito.
O café da manhã acaba por nos despertar desta letargia matinal de quem quer caminhar mas ao mesmo tempo sente-se “descrente” relativamente á ajuda do tempo.
Pouco a pouco a conversa sobre o percurso vai deixando de lado esse sentimento e vamos apenas nos concentrando naquilo que queremos ver. Naquilo que porventura iremos encontrar , dada a quantidade de chuva que caiu durante quase toda a noite!
Iríamos assim de encontro ao Paul da Serra!
Subimos pelos Canhas dado que a estrada da Encumeada – Paul da Serra em dias após a chuva torna-se algo perigosa pela queda de pedras.
A subida fez-se então calma e serenamente pela estrada que liga os Canhas ao Paul da Serra.
Ao chegar ao sítio do Ponto foi tempo de sair para o tempo agreste da chuva miudinha e vento misturado aqui e ali pelo nevoeiro.
A alegria era enorme. Notava-se pela cara de todos. Todos prontos para mais uma caminhada.


A descida a princípio faz-se algo agreste. Cedo se encontra o trilho da vereda. Ele faz-se por dentro das urzes que a princípio nos protegem das agruras do tempo. Alguns escorregões que fazem rir quem não se vê numa situação destas, dão um colorido especial a esta descida.
Vinte e cinco minutos são suficientes para atingir assim a levada Velha do Rabaçal. O percurso está limpo. Uma levada que merecia de facto ser recuperada. Parece que existem ideias no terreno para isso mesmo. A ver vamos!
Antes de iniciarmos o percurso junto a esta vereda, um pequeno desvio para observar o velho túnel que liga este sítio neste vale, até á Calheta. Dizem que está intransitável este túnel, com muita lama. Uma hora e meia depois já estamos na Casa de Abrigo do Rabaçal. Pelo caminho deixamos as vistas sobre o Risco lá ao fundo imponente, com agua tanta como nunca vi!
Tempo para descansar um pouco e comer alguma coisa do farnel trazido de casa. A chuva até aqui não tinha sido tão má como á partida poderíamos ter pensado. A ver íamos, daqui para a frente.
Momentos depois, foi tempo de seguir caminho, depois de satisfeito o estômago.
Iríamos ao Risco. As vistas sobre esta queda de água, são, apesar da saraivada que apanhamos entretanto, soberbas!









O Risco como nunca o vi! Com água de fartura! Lindo de morrer! Que bonita devia estar a Lagoa do Vento! Alguém ainda falou na ideia de subirmos até lá e ver como estaria. Mas infelizmente não passou da ideia. O tempo não estava para brincadeiras. Havia que continuar caminho.
Foi , ainda assim, engraçado ver toda a gente a aproveitar pequeníssimas tréguas da chuva, para as poses das fotografias. De facto o cenário era por demais, digno de ser registado!
Feito o percurso de volta, apanhamos um atalho a descer á direita que nos trás rapidamente ao trilho de acesso ás famosas 25 Fontes. Seguimos assim no sentido do seu percurso de acesso a este maravilhoso local. Estava lindo! A água escorria por todos os sítios! Estavam lindas as 25 Fontes! Perigosas e lindas!
Mas era tempo de continuar. No caminho de volta, até encontrarmos á direita a descida para a Levada da Rocha Vermelha.
Fizemos esta descida, literalmente a “correr”! Num ápice chegamos á referida levada, um pouco antes da casa dos Levadeiros!
Aí paramos um pouco para “reunir as tropas”. Depois foi seguir o sentido da água! De encontro ao longo túnel que nos leva directamente daquele vale á costa sul da Madeira!



A levada vinha a transbordar! Aqui e ali era “obrigatório” molhar os pés! Não existe bota que resista a tanta água!
Á entrada do túnel, uma linda queda de água faz-nos parar durante alguns momentos para apreciar a sua beleza! Definitivamente, as quedas de água, são o meu ponto fraco!
Vinte e cinco minutos, é o tempo que eu e dois camaradas, caminheiros circunstanciais, demoramos a atravessar o referido túnel. Á saída paramos para comer um pouco e ao mesmo tempo tornar a reunir parte do grupo.
Cerca de uma hora, é o suficiente para nos trazer ao sítio onde estava o autocarro á nossa espera.
Houve quem descesse por um trilho junto ao tubo de carga da Central da Calheta. Nós, seguimos em frente e acabamos por descer um caminho em muito mau estado! Nada como “complicar” um bocadinho a “coisa”!
Chegamos ao fim! Chega-se sempre a um fim!

Junto ao autocarro trocamos algumas peças de roupa para tornar mais agradável o regresso ao Funchal. E que alegre estava toda a gente!
Foi uma caminhada, mais uma vez, surpreendente!
É certo que o bom tempo é óptimo para caminhar! Mas nada como ter uma noite de chuva, para tornar toda a paisagem mais bela, mais nítida, com as inevitáveis quedas de água mais exuberantes!
Continuaremos por aqui, a transmitir sensações nossas, por caminhos, trilhos e lugares da nossa querida Ilha.
Abraço, e até á próxima caminhada na minha terra!