quinta-feira, 1 de março de 2012

Boca da Corrida (Caminho Real Nº 25) - Relvinhas - Curral João Cão - Encumeada - 11-02-2012

Sábado, 11 de Fevereiro.
Para este dia havia sido planeado fazer o Caminho Real da Encumeada, ou seja o Caminho Real Nº 25, desde a Boca da Corrida até à Encumeada, passando pelas Relvinhas e Curral de João Cão.


O dia amanheceu chuvoso e com algum nevoeiro. Logo, dois dos meus camaradas caminheiros prontificaram-se a desistir da caminhada. Com chuva, nem pensar, diria mesmo um deles! Sendo assim voltar á cama foi o remédio.
Qual a minha surpresa quando pelas dez e meia da manhã, abrindo a janela do quarto, o dia tinha-se transformado por completo. O sol brilhava lá fora, desafiador! E eu correspondi ao desafio. Lancei-o aos meus "desistentes" camaradas, de novo. Aí foram unânimes! Ficar em casa com um dia daqueles, nem pensar!
Sendo assim, feitos os acertos de onde ficariam os carros, fizemo-nos à estrada. Já muito tarde, diga-se em abono da verdade. Mas cheios de vontade. O azul do céu confirmava assim a nossa vontade em cumprir o dia que estava há muito tempo para isto destinado.
Depois dos carros, estrategicamente colocados, foi finalmente tempo de começar a real caminhada! Basta dizer que até ao princípio do século XX, este era o principal caminho de ligação entre o Funchal e São Vicente!
Eram treze horas e cinquenta quando começamos a subir o Caminho Real a partir da Boca da Corrida. Já o sol ia alto no céu!

O dia estava fantástico! A chuva miudinha caída durante a noite dava uma nitidez impressionante a toda a paisagem! Não há nada que valha mais que uma paisagem lavada pelas águas purificadoras das chuvas!
Embora esta zona tenha sido bastante atingida pelos incêndios de Agosto de 2010, conserva ainda, apesar agora da escassez de vegetação, toda a sua imponência!
À nossa direita, o Curral das Freiras lá ao fundo do Vale, toma uma dimensão fora do comum! De lá ficamos mesmo com a certeza que o Curral não é assim tão pequeno como à partida pensamos!
A subida não é íngreme. Basta saber que começamos na Boca da Corrida aos 1235 metros e subimos só até aos 1300 metros nas Relvinhas. Mas, cada curva tira-nos a respiração com as vistas sobre o maciço central.
O Pico Grande à nossa frente vai-nos desafiando para uma caminhada futura. Saudades do Pico Grande e de um pôr-do-sol há muito prometido.
Pelo caminho um grupo de caminheiros forasteiros perguntam-nos para onde vamos! É impressionante a empatia criada quase instantaneamente por quem se cruza nas montanhas! É como se de repente, a gente se cruzasse com pessoas que falam a mesma língua numa qualquer terra estrangeira!


Os pequenos rebentos das árvores de folha caduca, vão nos anunciando aqui e ali que o fim do inverno está próximo e existe renovação a caminho com a Primavera. As máquinas fotográficas é que não estavam pelos "ajustes" e as "macro" para comprovar isso mesmo, estiveram mesmo difíceis de sair! Mas, com alguma insistência lá saíram algumas a "jeito" para não deixar ficar mal o fotógrafo!

Ao atingirmos a Boca dos Corgos, as  primeiras vistas sobre a Encumeada! Ainda os vestígios da intempérie que ali começou, desencadeando toda a tragédia na Serra de Água, com as derrocadas ainda visíveis nas encostas do vale.

A cerca de quarenta e cinco minutos de subida atingimos o Passo de Ares. Aí as vistas estendem-se até ao Paul da Serra!
As nuvens, essas faziam desenhos fantásticos no céu carregado de azul!


Vinte minutos depois chegamos ás Relvinhas ou Boca do Cerro, ou ainda, Chão da Relva, como já ouvi chamar.
Aí foi tempo de descansar à sombra dos resistentes castanheiros. O dia continuava magnífico, apesar de, à volta, a paisagem continuar "chamuscada" pelo fogo destruidor.
Foi tempo de devorar-mos o farnel trazido para a circunstancia. E que bem que soube!
Assim descansamos! Com o Curral aos nossos pés! Ninguém queria sair dali! E eu também não. Foi literalmente, "inspirar" o sítio!


E, por isso mesmo, foi já com atraso que saímos para enfrentar as três horas de  caminhada que ainda faltavam! O que nos vale é que a paisagem faz-nos perder a noção da imensidão do caminho!
A cada curva, mais uma curva!
Atingimos a Fenda do Ferreiro! Que vistas sobre a Encumeada! Pousada do Vinháticos! Paul da Serra!

Levamos mais uma hora para passarmos pelo palheiro abandonado (que segundo informações não confirmadas, terá funcionado como estabelecimento de apoio aos viandantes do antigo caminho real)  e pela ponte de pedra que resistiu ao temporal de 20 de Fevereiro, no Curral de João Cão.
Incrível ver a quantidade de terrenos cultivados nesta zona! Os palheiros espalhados por todo este vale, dão-nos a certeza disso mesmo! Os socalcos ainda ocupados pelas árvores, mostram os terrenos que no passado eram somente terrenos agrícolas! Aqueles  que ainda não foram reconquistados.




Quarenta minutos depois atingimos o tubo vindo da câmara de carga para a central da Serra de Água.

A central da Serra de Água (antiga Central Salazar) foi inaugurada em 1953. Inicialmente recebia águas de duas levadas: a das Rabaças e do Norte. Hoje em dia, só da levada do Norte que nasce na Fonte da Hortelã na margem direita da Ribeira do Seixal a uma cota de 1025 metros, captando ainda pelo caminho águas das bacias das Ribeiras João Delgado, do Inferno e Ribeira Grande em S. Vicente. A levada das Rabaças encontra-se destruída algures nas fraldas do Paul da Serra onde nasce, desde o 20 de Fevereiro de 2010. As águas que por ali se perdem são de incalculável valor. É de facto uma pena ver todo aquele manancial ribeira abaixo, sem quase nenhum aproveitamento.


Entretanto o cansaço nalguns, notava-se! O caminho era de facto longo, mas havia que fazê-lo sob pena de o terminarmos já de noite.
Vinte minutos trazem-nos ao fim do percurso! Por uma estrada de terra batida, até à estrada de alcatrão que sobe desde a Serra de Água em direcção à Encumeada.
Foi mais um passeio magnífico.
Outros nos esperam, algures nesta ilha encantada.
Até uma próxima, numa qualquer vereda desta terra!



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Portela - Vereda do Pico Cedro - Levada da Maiata - Larano - Boca do Risco -Sitio do Pastel - 05-02-2012

Domingo,  dia 5 de Fevereiro. Os Amigos da Natureza, voltam a ser os anfitriões. Vamos para os lados de Machico.
Sendo assim, o dia começava cedo. Às 7h45m, em ponto, lá seguia desde a antiga Avenida do Mar em direcção a Machico um autocarro "à cunha" de gente fervorosa por deambular por mais umas das Veredas desta bendita terra!
Chegados a Machico, foi feita a habitual pausa para o café despertador e compras de ultima hora nos estabelecimentos da localidade.
Interessante é ver os sub-grupos que se formam ,muito rapidamente, para o café conjunto pela manhã logo á saída do autocarro em Machico! Todos alegres e contentes!
Posto isto, lá arrancamos com destino á Portela! E foi num "instantinho" que nos colocamos lá em cima! O novo motorista destacado é exímio na condução! Não existem perdas de tempo pelo caminho! Ele sabe que nós estamos ali para andar a pé! Não para andar de carro! Para isso temos toda a santa semana!


Chegados à Portela, depois de ver as vistas houve tempo para a tradicional foto de conjunto! Escusado será dizer que o "mouro do costume" lá ficou enfeitado de máquinas fotográficas até aos joelhos! Era um nunca mais acabar de "clicks"! Todos queriam a sua "recordação"! E todos bem sabem da dificuldade de conseguir reunir todos os caminheiros para uma foto de "família"!
Sendo assim começamos a caminhar pelas 9h20m no caminho florestal que começa logo por detrás do restaurante da Portela!
Seguimos então em frente, cerca de 1,5km até encontrarmos a placa informativa sobre o início do trilho das Funduras. Não era por lá que íamos hoje e em frente continuamos. Passamos pela zona de piqueniques e seguimos em frente até encontrarmos uma pequena clareira junto a uma curva à direita nesse mesmo caminho florestal. O caminho a seguir era o da esquerda!



Uma hora e dez minutos é o suficiente para descer a fantástica vereda do Pico Cedro! Com tempo para as devidas poses para a fotografia! As vistas sobre o Porto da Cruz e Penha de Águia, são soberbas! Atrevo-me mesmo a dizer que,  sobre o Porto da Cruz não existem outras tão belas como estas!

Depois de atingirmos o pequeno poço no fim da vereda, flectimos à direita já no sítio do Larano.
Seguimos assim por uma pequena levada por entre alguns terrenos cultivados até encontrarmos um pequeno ribeiro.
Transposto o mesmo foi tempo de uma pequena paragem para assim retomar as forças necessárias para conquistar o desnível que nos leva ao Caminho da Chã. Houve até quem precisasse de "corda" imagine-se a dificuldade!
Depois de atingirmos o Teleférico do Larano foi curioso verificar que a intensificação da procura de terrenos para a exploração agricola leva os nossos conterraneos a desbravar terrenos em zonas consideradas "impossíveis". Estranha-se no entanto a situação do referido teleférico que continua parado desde a sua inauguração.


Os terrenos lá em baixo no Curral do Mar continuam ao abandono. Mas não é o que acontece mais adiante.


Foi isso que foi-nos dado a apreciar um pouco depois de passarmos pelo referido teléferico no sítio do Cabo Larano. Um "fio" contruido á boa maneira antiga, demonstra que existe interesse em voltar a cultivar aqueles terrenos. Lá no fundo vêm-se homens na difícil tarefa de conquista de terrenos escarpa abaixo.


Depois, foi continuar pela soberba Vereda da Amarela em direcção à Boca do Risco. Aqui meus amigos tomamos a real consciencia da grandiosidade e da beleza da nossa costa norte. Cada curva é de cortar a respiração! O mar lá em baixo continua incessantemente a bater nos rochedos literalmente aos "nossos pés"! Em muitos dos sítios a mais de 350 metros abaixo de nós!
Nos cerca de uma hora e quinze minutos que levamos a atravessar a Vereda, não nos apercebemos literalmente do tempo que levamos a atravessá-la. Os pormenores que nos fazem prender largos momentos a todo o instante durante a caminhada são inumeros!
Pena que esta fantástica vereda não faça parte dos percursos recomendados pelas autoridades competentes.


A meu ver, com muito pouco investimento tornar-se-ia esta vereda muito mais segura com uma frequencia muito maior tanto por parte de quem nos visita como pelos proprios residentes. Penso que, mesmo assim, exceptuando os dias de chuva e muito vento, seja aconselhável a qualquer pessoa, que não sofra de vertigens, claro está!


Chegados à boca do Risco, eu e o J. resolvemos não fazer o resto da caminhada com nossos companheiros de percurso.
Sendo assim deixaríamos a subida ao Pico Castanho (589m) para outro dia, até porque o haviamos feito há bem pouco tempo. Aproveitamos para fazer as despedidas da maioria dos camaradas e lá seguimos a vereda que nos trás ao Sitio do Pastel. Deve-se o nome deste sítio a uma planta herbácia que era utilizada na tinturaria.


Cerca de um quilometro e meio a descer atingimos a levada e logo depois seguindo sempre a direito atingimos a estrada de alcatrão que nos trás até à cidade de Machico.
Depois de tomarmos um café na referida cidade, viemos então até ao Funchal numa boleia providenciada pelo J.


Soube bem chegar ao Funchal com o sol ainda a brilhar ao contrário do que acontecia em Machico!
Assim terminou mais uma caminhada! Por uma das veredas mais bonitas da Costa Norte da Ilha.
Ficamos nós por aqui. Até uma proxima caminhada na minha terra!



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Estrela da Calheta - Levada da Calheta - Raposeira do Lugarinho - Paul do Mar - 22-01-2012

Amigos e companheiros, hoje chegou o dia de acompanhar os Amigos da Natureza pela primeira vez este ano! E que belo dia escolhido para fazê-lo! Um dia fantástico! A começar mesmo pelos primeiros raios de sol pela manhã!
A Avenida do Mar estava a fervilhar de gente! Foi assim necessário recorrer ao autocarro de "recurso" para transportar todos os cento e vinte caminheiros que responderam á chamada!
Toda a gente estava alegre e contente. Para muitos a primeira caminhada do ano!
Tratadas as formalidades de "encaixar" toda a gente nos dois autocarros foi tempo de partir em direcção à Ribeira Brava.
O dia e o sol nasciam a par...lindos!
Depois de toda a gente tomar o sempre revitalizador café na Ribeira Brava, lá seguimos pelas nove e quinze, em direcção ao sítio da Estrela - Calheta.
Mochilas às costas, lá começamos a subir o caminho do Lombo da Estrela em busca da vereda que nos levaria à Levada da Central da Calheta inaugurada em 5 de Julho de 1953 com grande pompa e circunstância na Calheta!
Começamos assim com uma subida para aquecer até atingir a refererida levada. Diga - se de passagem que a mesma não é muito agreste e uma hora é suficiente para atingir o canal.
Faz-se então aqui a primeira paragem para uma água refrescante e uma fruta. Eu e o J. preferimos continuar caminho. A Levada (longa) iría nos proporcionar outros sítios para uma paragem um bocadito menos "atribulada". Seguimos então ao longo da longa e penosa levada durante mais duas horas ate atingir os Prazeres!

Foi aí que paramos para reagrupar e esperar pelos restantes companheiros junto á casa Florestal dos Prazeres.
Chegados, alegres e cansados, alguém em boa hora se lembrou de visitar a Quinta Pedagógica dos Prazeres. Por incrível que isto possa parecer, havia muito boa gente entre os novel caminheiros, que ainda não conheciam a referida Quinta e o seu projecto. Mas lá se fizeram as honras da casa e até houve tempo para provar a cidra, feita com peros da freguesia!
Depois de visitarmos a Quinta, voltamos assim à esplanada da Levada para a seguir até à Raposeira do Lugarinho.
Aí, antes de descermos a Vereda da Atalaia de encontro ao Paul do Mar, fomos fazer uma visita ao fantástico miradouro sobre o Paul, que se encontra neste sítio! Um lugar deveras apaixonante!

Depois de estarmos largos momentos a apreciar as lindíssimas vistas sobre o Paul do Mar, comemos algo e voltamos assim atrás para trilhar o Caminho do Aviceiro que nos levaria depois à Vereda da Atalaia de encontro ao Paul do Mar. Não sem antes visitarmos uma casa de um amigo de um dos nossos camaradas caminheiros que após alguma insistencia lá nos convenceu a interromper, por breves momentos, a caminhada para uma amena mas curta cavaqueira.
Fez-se então as honras da casa e voltamos à descida final ao Paul do Mar! Trinta e cinco minutos é o tempo que levamos a descer a referida vereda.
Pelo caminho ainda tempo para notar as queimadas que por ali se têm feito para reconquistar terrenos que já foram completamente dedicados á agricultura. Os tempos de facto são outros e isso nota-se no regresso das pessoas aos campos!

Chegados ao Paul em "cima da hora" pelas "distracções " anteriores, vimo-nos na obrigação de seguir caminho em direcção ao autocarro logo de seguida!
Tivemos ainda tempo para cantar os parabéns a um amigo que amavelmente nos convidou à sua casa (emprestada - afinal sempre eram cento e vinte almas) para um bom petisco que fez as delícias da maioria dos caminheiros!
Posto isto voltamos então definitivamente aos autocarros em direcção ao Funchal!
Foi um passeio bonito. Pela companhia, pela amizade e pelas vistas. O tempo, apesar de tristonho, ao contrario do que parecia fazer crer à partida do Funchal, aguentou-se.
Foi assim mais uma caminhada pela minha terra.
Encontramo-nos na proxima! Por aí! Num qualquer canto ou lugar desta terra abençoada!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Levada do Alecrim – Ribeira do Lageado – Lagoa do Vento – Rabaçal - 14-01-2012

Meus amigos, eis-me de volta ao meu canto. Ao relato das minhas caminhadas pela Ilha da Madeira. Revisitando velhos trilhos e sempre pronto para a descoberta de novos.
Voltar a este cantinho, significa, voltar a relatar emoções e a minha forma de ver e interpretar as minhas caminhadas por esta terra.
As caminhadas desde o  ultimo relato não se interromperam. Continuaram a fazer-se. Relatá-las aqui é que sim. Por vários motivos. Que não importam aqui falar. O  facto é que estou aqui, de novo. De alma e coração.

Falhado o propósito programado para o inicio das caminhadas deste ano,  no fim de semana passado, por razões de saúde que felizmente agora começam a dissipar-se, deixei para este fim de semana o início das incursões  pelas serras da Madeira.

Para isso, juntamos um pequeno grupo de amigos. Amigos que também gostam muito contacto com a natureza embora não tenham tido até hoje grandes oportunidades para fazê-lo.
Eram assim os companheiros “ideais” para este arranque “suave” que pretendia.
Sendo assim, depois de delinear o percurso por onde havíamos de caminhar, pusemo-nos a caminho do ponto de partida. Não sem antes tomarmos o tão revitalizador café que, pela manhã tem um papel fundamental no que respeita ao acordar para um dia novo!
Ao contrario do habitual, pela inexperiência dos participantes e pela minha própria saúde, ainda não totalmente restabelecida, iniciamos o passeio já tarde.
Faltavam então cinco minutos para as onze horas quando iniciamos o percurso na levada do Alecrim, junto ao início da estrada de acesso ao Rabaçal á direita.
O dia estava fantástico! Aqui e ali a sombra das urzes provocavam alguns arrepios de frio, mas as vistas proporcionadas sobre o vale da Ribeira da Janela eram soberbas! Todos eram unânimes em bendizer o dia que se fazia sentir bem como as vistas postas á disposição pela clareza do dia!
Quarenta e cinco minutos leva-nos assim por esta bonita levada até a poça da Ribeira do Lageado, também conhecida por Lagoa de D. Beja. Pelo caminho oportunidade para apreciar as nascentes de água que cuidadosamente são guiadas para dentro da Levada. É preciso aproveitar.

 Este Inverno não tem sido rico em água. Esperemos que ela não venha “toda de uma vez”. A aridez provocada pela falta de chuva nota-se a cada canto. Os líquenes, musgos estão completamente secos e só sobrevivem os que se encontram junto ás pequenas nascentes e usufruem da sua humidade constante.
Junto á referida lagoa, a beleza da mesma, conhecida de uns desconhecida de outros, extasia todos os que a contemplam.
É de facto um sitio bonito. Sentamo-nos á espera que fossemos assim banhados pelos primeiros raios de sol naquele sítio. E ele fez-nos a vontade e não demorou muito em derramar os ténues raios sobre aquele sítio fantástico. Sobre nós!
Depois de ter-mos usufruído do sítio, bem como alimentado um casal de tentilhões que não nos largavam á espera de algumas migalhas, voltamos assim um pouco para trás para apanhar a vereda de acesso á espantosa Lagoa do Vento!

Em poucos minutos chegamos á vereda que nos leva junto á casa de abrigo do Rabaçal. Mas para já o nosso objectivo era outro. Lagoa do Vento é para a direita! E toca a descer ao encontro da mesma! Ouvem-se um ligeiros queixumes quando informo que o caminho de descida será o de subida momentos depois!
Tudo isso foi esquecido depois de usufruírem de todo o espaço envolvente da lagoa do Vento!

O sitio de facto convida á comunhão perfeita com a Natureza. Um senão: a pouca água que por ali corre nesta altura, não é suficiente para provocar o efeito tão único sobre aquela lagoa.
De qualquer forma todos entendem não “ser culpa do lugar” mas dos caprichos do tempo que teima em não nos brindar com a sua chuva neste Inverno.
Depois de mais um “magnífico descanso” sobre a zona onde se “despenca” o Risco – estava um sol envolvente – retomamos o caminho de volta.
Ninguém reclamou já da “subida”.
Quarenta minutos nesta vereda trazem-nos de volta a junto da casa de abrigo do Rabaçal.
Aí estivemos a apreciar toda a zona envolvente da casa. Os tentilhões, esses não nos largaram um minuto! E até fizeram poses para as câmaras disponíveis!
Depois foi subir até ao ponto onde estacionamos o carro. Havia que aquecer um pouco, dado que o passeio não foi muito puxado. Como costumo dizer que chegar a casa sem um músculo pelo menos a doer da caminhada não pode ser considerada verdadeira caminhada!
Foi assim mais um passeio! Revisitando uns dos locais mais bonitos e visitados por madeirenses e estrangeiros. Apesar do dia fantástico foi uma pena ver que, em termos de visitantes estrangeiros eram tão poucos…sinais dos tempos que se vivem. É preciso acreditar que estes sintomas serão só por ser o mês de Janeiro. Nunca foi um mês forte no turismo madeirense, mas de facto ontem assustou um pouco ver tão pouca gente naquela zona.
Até á próxima caminhada na minha terra, meus amigos! Numa qualquer vereda desta terra!