Meus amigos, eis-me de volta ao meu canto. Ao relato das
minhas caminhadas pela Ilha da Madeira. Revisitando velhos trilhos e sempre
pronto para a descoberta de novos.
Voltar a este cantinho, significa, voltar a relatar emoções e
a minha forma de ver e interpretar as minhas caminhadas por esta terra.
As caminhadas desde
o ultimo relato não se interromperam.
Continuaram a fazer-se. Relatá-las aqui é que sim. Por vários motivos. Que não
importam aqui falar. O facto é que estou
aqui, de novo. De alma e coração.
Falhado o propósito programado para o inicio das caminhadas deste ano, no fim de semana passado, por razões de saúde que felizmente agora começam a dissipar-se, deixei para este fim de semana o início das incursões pelas serras da Madeira.
Falhado o propósito programado para o inicio das caminhadas deste ano, no fim de semana passado, por razões de saúde que felizmente agora começam a dissipar-se, deixei para este fim de semana o início das incursões pelas serras da Madeira.
Para isso, juntamos um pequeno grupo de amigos. Amigos que
também gostam muito contacto com a natureza embora não tenham tido até hoje
grandes oportunidades para fazê-lo.
Eram assim os companheiros “ideais” para este arranque
“suave” que pretendia.
Sendo assim, depois de delinear o percurso por onde havíamos
de caminhar, pusemo-nos a caminho do ponto de partida. Não sem antes tomarmos o
tão revitalizador café que, pela manhã tem um papel fundamental no que respeita
ao acordar para um dia novo!
Ao contrario do habitual, pela inexperiência dos
participantes e pela minha própria saúde, ainda não totalmente restabelecida,
iniciamos o passeio já tarde.
Faltavam então cinco minutos para as onze horas quando
iniciamos o percurso na levada do Alecrim, junto ao início da estrada de acesso
ao Rabaçal á direita.
O dia estava fantástico! Aqui e ali a sombra das urzes
provocavam alguns arrepios de frio, mas as vistas proporcionadas sobre o vale
da Ribeira da Janela eram soberbas! Todos eram unânimes em bendizer o dia que
se fazia sentir bem como as vistas postas á disposição pela clareza do dia!
Quarenta e cinco minutos leva-nos assim por esta bonita
levada até a poça da Ribeira do Lageado, também conhecida por Lagoa de D. Beja.
Pelo caminho oportunidade para apreciar as nascentes de água que cuidadosamente
são guiadas para dentro da Levada. É preciso aproveitar.
Este Inverno não tem
sido rico em água. Esperemos que ela não venha “toda de uma vez”. A aridez
provocada pela falta de chuva nota-se a cada canto. Os líquenes, musgos estão
completamente secos e só sobrevivem os que se encontram junto ás pequenas
nascentes e usufruem da sua humidade constante.
Junto á referida lagoa, a beleza da mesma, conhecida de uns
desconhecida de outros, extasia todos os que a contemplam.
É de facto um sitio bonito. Sentamo-nos á espera que
fossemos assim banhados pelos primeiros raios de sol naquele sítio. E ele fez-nos
a vontade e não demorou muito em derramar os ténues raios sobre aquele sítio
fantástico. Sobre nós!
Depois de ter-mos usufruído do sítio, bem como alimentado um
casal de tentilhões que não nos largavam á espera de algumas migalhas, voltamos
assim um pouco para trás para apanhar a vereda de acesso á espantosa Lagoa do
Vento!
Em poucos minutos chegamos á vereda que nos leva junto á
casa de abrigo do Rabaçal. Mas para já o nosso objectivo era outro. Lagoa do
Vento é para a direita! E toca a descer ao encontro da mesma! Ouvem-se um
ligeiros queixumes quando informo que o caminho de descida será o de subida
momentos depois!
Tudo isso foi esquecido depois de usufruírem de todo o
espaço envolvente da lagoa do Vento!
O sitio de facto convida á comunhão perfeita com a Natureza.
Um senão: a pouca água que por ali corre nesta altura, não é suficiente para
provocar o efeito tão único sobre aquela lagoa.
De qualquer forma todos entendem não “ser culpa do lugar”
mas dos caprichos do tempo que teima em não nos brindar com a sua chuva neste
Inverno.
Depois de mais um “magnífico descanso” sobre a zona onde se
“despenca” o Risco – estava um sol envolvente – retomamos o caminho de volta.
Ninguém reclamou já da “subida”.
Quarenta minutos nesta vereda
trazem-nos de volta a junto da casa de abrigo do Rabaçal.
Aí estivemos a apreciar toda a
zona envolvente da casa. Os tentilhões, esses não nos largaram um minuto! E até
fizeram poses para as câmaras disponíveis!
Depois foi subir até ao ponto onde
estacionamos o carro. Havia que aquecer um pouco, dado que o passeio não foi
muito puxado. Como costumo dizer que chegar a casa sem um músculo pelo menos a
doer da caminhada não pode ser considerada verdadeira caminhada!
Foi assim mais um passeio!
Revisitando uns dos locais mais bonitos e visitados por madeirenses e
estrangeiros. Apesar do dia fantástico foi uma pena ver que, em termos
de visitantes estrangeiros eram tão poucos…sinais dos tempos que se vivem. É preciso
acreditar que estes sintomas serão só por ser o mês de Janeiro. Nunca foi um
mês forte no turismo madeirense, mas de facto ontem assustou um pouco ver tão
pouca gente naquela zona.
Até á próxima caminhada na minha
terra, meus amigos! Numa qualquer vereda desta terra!