quarta-feira, 1 de julho de 2009

Poiso – Chão das Feiteiras – Ribeiro Frio – Cabeço da Lenha – Levada do Blandy –Poiso - 20-06-2009

Depois de um período conturbado pelas circunstancias da vida, aqui estou de volta ao relato das minhas caminhadas.
Sábado, 20 de Junho de 2009.
Dia de mais um passeio “higiénico” com mais algum grau de dificuldade.
O nosso objectivo era o Cabeço da Lenha.
Para isso dirigimo-nos, eu e o meu amigo J. ao Poiso. Seria lá o nosso ponto de partida.
Começamos a caminhada eram oito e dez da manhã. O tão apetecido café teria de ficar para outra hora porque a Casa de Abrigo do Poiso, ainda estava fechada.


A cerca de cinquenta metros do cruzamento do Poiso, na direcção do Ribeiro Frio, á esquerda para quem desce, encontramos o caminho velho para Santana. Trata-se de um caminho em alguns troços em muito bom estado que durante muito tempo foi a única ligação desta localidade com a Freguesia de Santana.
Pinheiros-de-Douglas, abetos, alguns loureiros fazem deste percurso um percurso muito agradável de ser feito em dias muito quentes.
As vistas sobre algumas montanhas da cordilheira central, são espectaculares. Graças ao bom tempo que nos permite delinear todos os recortes da montanha. Perfeito.
A descida faz-se até encontrarmos novamente a estrada regional de ligação ao Ribeiro Frio. Atravessamos a estrada e continuamos a caminhada por uma bonita alameda que nos leva ao bonito parque de merendas do Chão das Feiteiras. Alguns jovens em acampamento, denotam logo pela manhã sinais de “uma noite agitada”. O ambiente algo conspurcado á volta demonstra isso mesmo. Esperemos que pelo menos o bom senso prevaleça na hora de “levantar ferro”.
Depois de passarmos por um ovil existente na zona, numa plataforma inferior, é tempo de tomarmos uma vereda a esquerda de quem desce em direcção ao Parque Florestal do Ribeiro Frio. As vistas daqui são soberbas! Sobre o próprio núcleo do Ribeiro Frio,bem como sobre o Pico do Gato, Pico das Torres…A descida a principio é algo confusa porque a vereda quase que se perde pelo meio da vegetação, mas com a orientação do J. lá continuamos vereda abaixo. Dez minutos em (quase) passo de corrida, são mais que suficientes para trazer-nos á Levada da Serra do Faial. São notórias as obras de recuperação desta levada neste local. Devo dizer que não faço este troço desta Levada há mais de dez anos. Há-de ser um dia destes…
Junto ao Ribeiro Frio pudemos ainda verificar o acentuado estado de degradação do antigo estabelecimento hoteleiro conhecido no século passado por Casa de Chá do Ribeiro Frio. Teve o seu período de esplendor entre a décadas de trinta e setenta. Palco de muitas “histórias” reais ou não, achamos que não merece aquele total abandono. Principalmente num local daqueles.



Tomado o tão almejado café num dos cafés do Ribeiro Frio, pusemo-nos logo a caminho de encontro á vereda que nos haveria de levar ao Cabeço da Lenha.
A princípio a subida faz-se numa vereda em mau estado. Junto ao Ribeiro, sente-se o ruído característico da água a correr alegremente leito abaixo.
Depois começamos a subir. A subida é algo íngreme mesmo. Por isso, e porque trata-se de um “passeio higiénico” fizemos essa subida calmamente.
Num patamar mais ao nível do Chão das Feiteiras, o qual tínhamos percorrido uns minutos antes, podemos verificar outro tipo de vistas, agora sobre o vale da Fajã da Nogueira. A central lá ao fundo com o seu ruído característico. Toda a sua envolvência de que já dei conta num dos posts anteriores aquando do périplo efectuado por mim, junto com o Grupo Pés Livres, ganha outra dimensão. Daqui temos um noção quase perfeita desse percurso feito no inicio de Março num dia de Inverno rigoroso. É de facto um “santuário”!
A levada que traz a água desde o Caldeirão do Inferno para a Central da Fajã da Nogueira com o seu percurso bem delineado nas encostas das montanhas convida-nos a um dia destes fazê-la de encontro á sua madre.
Continuamos a subir com o objectivo de atingirmos o Cabeço da Lenha.


No promontório junto ao marco geodésico a 1430 metros de altitude, fizemos as “pazes com o estômago”. Um local muito bonito onde novamente o Pico do Gato, das Torres e a Achada do Teixeira detectam-se num recorte perfeito entre o céu e a terra. Sou suspeito a falar em sítios altos, promontórios…para mim são todos locais mágicos. Desde pequeno que tenho esse “hábito” de subir a lugares altos e assim “pensar na vida”. Em pequeno servia o velho telhado da casa dos meus pais. Era o que estava mais á “mão”.
Estranha essa paz que continuo a sentir cada vez que subo a um local alto donde possa ter uma visão sobranceira sobre a paisagem que me rodeia.
Tiradas as fotografias da “praxe” lá continuamos agora numa pequena descida ao encontro da vereda que nos levaria até ao Poço das Bicas ou simplesmente Poço da Levada do Blandy. A vereda foi alvo de uma limpeza pelos Amigos do Parque Ecológico segundo me disseram, e meus amigos posso dizer-lhes que está em perfeitas condições. Grande parte segue junto ao paredão que servia de divisória ao outrora conhecido montado do Blandy. Depois de passarmos esse paredão, entramos num núcleo de floresta digna de figurar em qualquer conto de fadas infantil! Lindo!


Um pouco depois atingimos o Poço do Blandy. Um local também muito especial. A envolvência do pequeno poço com a natureza é quase perfeita, não fosse o mesmo estar algo conspurcado com algumas garrafas de vidro no seu fundo. As águas límpidas não mentem. A incúria dos homens é grande.
Depois foi só seguirmos pela Levada alimentada por este poço. De encontro á estrada de ligação entre o Poiso e o Areeiro.
O trilho certo é sempre junto á levada até desembocar junto á estrada no sítio onde se encontra a primeira “grelha” deste caminho para quem sobe desde o sitio do Poiso ao Pico do Areeiro. Junto a este local tempo ainda para ver alguns “campistas” não muito amigos da natureza. Garrafas, dejectos e outros objectos faziam o pleno junto com uma musica em tons altíssimos completamente descabida para o local. Enfim. Não há “bela sem senão” pior ainda quando o “senão” é introduzido “á força” pela mão descuidada do homem. A lamentar de facto.
Posto isto foi só tomar mais uma pequena vereda que nos trouxe ao bonito chão logo por detrás da Casa Florestal do Poiso.



Aí chegamos pelas onze horas e quarenta e cinco. Mudamos de camisola e arrancamos logo de seguida. O local que encontramos completamente deserto logo pela manhã, encontrava-se agora completamente cheio de motards com as suas moto-quatro e o seu consequente barulho ensurdecedor.
A cerveja retemperadora teria de ser tomada noutro sítio. Mais concretamente nas Figueirinhas no Caniço.
Foi um passeio que apesar de eu e o J. o chamarmos de higiénico teve alguma dificuldade principalmente na subida, muito por culpa do tempo quente que se fazia sentir.
Mais uma boa caminhada, num percurso magnífico bem á “mão” de qualquer pessoa.
Até qualquer dia num qualquer caminho, num qualquer lugar desta magnifica terra!

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