terça-feira, 9 de março de 2010

Ribeira Brava - Capela da Gloria - Vereda da Vigia - Vereda do Paço - Estrada M. das Fontes - Cabo Girão - Câmara de Lobos -17-01-2010

Domingo, 17 de Janeiro de 2010
Depois de passada toda a azáfama das festas de Natal e fim de ano, era tempo finalmente de voltar a caminhar pela minha terra!
Era tempo de “queimar “ alguns excessos acumulados com os encantos natalícios próprios da época.
Não pude acompanhar os Amigos na sua primeira caminhada do ano, dado que ela coincidia exactamente com o dia em que eu ficava “mais velho” um ano!
Não haveria autocarro para nos transportar ao início da caminhada deste fim-de-semana. Era assim que ditava o programa.
Sendo assim, previamente combinei com uns amigos boleia até ao sítio de início da caminhada. Ou seja, até á Ribeira Brava. O meu carro ficaria assim, á nossa espera, em Câmara de Lobos.
Sensivelmente á hora marcada, lá rumamos á Ribeira Brava. As conversas pelo caminho foram animadoras. Tratava-se de uma caminhada fácil. Própria para um início de ano, onde a preparação deixava muito a desejar. Enfim, cerca de vinte minutos depois, lá chegamos á Ribeira Brava pela via rápida.
Enquanto aguardávamos pelos camaradas caminheiros que vinham no autocarro da carreira, “vagueamos” pela baixa Ribeirabravense. Fomos assim ao bar do costume, á sandes e ao café do costume.
Um pouco depois, junto ás traseiras da igreja matriz da Ribeira Brava começaram a aparecer pouco a pouco os restantes caminheiros que fariam connosco grande parte da caminhada deste dia.
Tempo para alguns cumprimentos efusivos. Estranho este sentimento que une esta gente de diversos pensares! Votos de bom ano novo e de boas caminhadas também, acima de tudo!
Faltavam dez minutos para as dez horas quando iniciamos a referida caminhada.


Num grupo animado, próprio de amigos que não se viam há muito tempo, seguimos a subir pelo caminho antigo da Ribeira Brava.
Em direcção ao miradouro sobranceiro á Ribeira Brava onde temos uma panorâmica excelente sobre esta localidade. O grupo continuava animado. Foi tempo para algumas poses de grupo para as fotografias do costume.
Depois, continuamos caminho fazendo ainda parte dum troço da antiga Estrada Real e depois na Estrada Regional. Descemos assim o Caminho da Pedra Nossa Senhora de encontro á Capela de Nossa Senhora da Gloria. Faltavam vinte minutos para as onze horas.
Junto a esta simpática capela, descansamos um pouco e demos alívio ao farnel.



Logo depois, foi subir novamente. De encontro ao sítio da Vigia. Seria aí que tomaríamos a vereda com o nome deste sítio de encontro ao Calhau da Lapa. A vereda carece de algum cuidado por parte das autoridades competentes. Nota-se a olhos vistos a degradação da mesma relativamente a minha última passagem por ali no dia um de Maio do ano passado.
O lixo amontoado já lá não anda, mas a degradação, essa é, por demasiado evidente.
No Calhau da Lapa houve tempo para apreciar as ondas do mar que fustigavam o pequeno cais. A força da Natureza a fustigar o pequeno cais semi-destruído.
A Fajã dos Padres lá ao fundo, acantonada entre as rochas e o mar. Um pequeno paraíso de acesso difícil.


Depois de reunirmos mais uns elementos, foi tempo de começar a subir a penosa Vereda do Paço. Esta difícil subida só é atenuada pelas vistas sobre a cascata que desagua no Calhau da Lapa. É de facto uma cascata linda de se ver e as paragens quase que obrigatórias nesta subida em boa medida se devem também ao facto da sua existência. A propósito diga-se e bem que esta cascata já se encontra equipada para a pratica do Canyoning. Uma modalidade em crescente na nossa Ilha, mas desconhecida para a maior parte do chamado “grande público”. A merecer a nossa melhor atenção.
Chegados quase ao inicio da Vereda do Paço, o grupo digamos “partiu-se”! Os mais resistentes (?) continuariam a subir o morro que desembocaria na Estrada Municipal das Fontes.
Pela subida alguns poços abandonados denotam que por ali os terrenos devem ter sido cultivados em tempos idos.
Chegados ao cimo foi tempo de descansar mais um pouco. A subida tinha sido agreste para alguns. Havia que descansar um pouco para seguir caminho. Nuns terrenos junto á berma da estrada, um grupo de homens cavava a terra. Trazendo á luz do dia as batatas (semilhas) que depois de limpas eram espalhadas junto á estrada para serem arrumadas. A caminho dum qualquer mercado do Funchal.
Seguimos então por este caminho até a um sítio onde ele se bifurca com uma estrada sem saída á direita, ainda em construção.
No fim deste caminho subimos á esquerda, por um terreno que deve ter sido em tempos de cultivo. Agora é um bonito manto amarelo com o trevo em flor! A natureza com a sua simplicidade, consegue dar um ar da sua graça mesmo através desta erva comum em flor! Lá ao fundo o Campanário, mais ao fundo a Ribeira Brava.
No cimo deste morro há que transpor um pequeno núcleo de pedra para mais adiante tomarmos a Vereda das Fontinhas.
Mais abaixo, passamos por cima da Via Rápida de ligação do Funchal á Ribeira Brava para assim acedermos a estrada de acesso ao elevador da Fajã dos Padres. Aí, fizemos mais uma paragem.




Faltava-nos subir até ao Cabo Girão. Levaríamos cerca de meia hora a atingir este local. Atingíamos assim o segundo cabo mais alto do mundo! Com cerca de 580 metros de altura! Quem se debruça sobre a sua varanda colocada no promontório que também serve de Miradouro privilegiado, fica literalmente “sem respiração”!
Depois de usufruirmos das vistas magnificas que este miradouro natural nos proporciona, foi tempo de separar-nos e junto com um pequeno grupo já previamente acertado, rumamos agora, desta feita a descer, em direcção ao Caminho Velho do Rancho. Os terrenos cultivados na zona da Caldeira dão a este lugar um aspecto de um “jardim cuidado”. Impressionante como até os terrenos cultivados dão um ar tão bonito a estes socalcos dificilmente conquistados á “terra mãe”.


Fomos assim descendo este velho caminho de encontro ao sítio do Rancho. Aí deveríamos tomar a Vereda da Areia. Do sitio das Tabaibas seguimos pela Rua Ricardo Ferreira César, ilustre câmaralobense homenageado pela sua terra, com o nome dado a esta rua, pelo seu importante contributo na luta pela irrigação do seu concelho. Diga-se que, como sócio fundador do Sindicado Agrícola de Câmara de Lobos, juntamente com Dr. João Artur Soares Henriques, esteve nos primeiros esforços desenvolvidos para a irrigação do Concelho de Câmara de Lobos. Posteriormente com a vinda á Madeira da Missão Técnica de 1939 foi este homem de estrema importância, na elaboração dos planos da Comissão Administrativa dos Aproveitamentos Hidráulicos da Madeira, entidade construtora da Levada do Norte, inaugurada em 1 de Junho de 1952.
Descemos assim depois, pelo caminho das Preces, para a casa (lagar) de um Amigo, para onde tínhamos sido previamente convidados para provar um petisco previamente preparado.

Foi um final de passeio "comemorado" com muito boa disposição junto a um velho lagar de uma fazenda típica desta terra. Houve mesmo quem apreciasse por demasiado o petisco gentilmente oferecido, de tal forma, que foi o “cabo dos trabalhos” para encontrar o caminho de saída de encontro á Cidade Nova de Câmara de Lobos.
Tudo foi levado a bom termo.
Um passeio digno de permanecer na nossa memória. Pela disposição ao longo de todo o percurso. Pelo percurso diferente, sempre com o mar como cenário.
Amigos, resta-me agradecer terem estado comigo em mais esta caminhada.
Abraço e até á próxima caminhada, num qualquer caminho, numa qualquer vereda desta magnífica terra!

4 comentários:

  1. OI AMIGO Ilidio.
    e que bela terra diga-se de passagem, não consigo me cansar de admirar as belas paisagens que nos mostra.
    Aquela cachoira no meio das rochas, é imprecionente, deve ser muito bom morar lá naquele lugar, tendo por musica o barulho d'agua, e per cenário lugar tão lindo( até um cacto tem lá dependurado nas rochas).
    todas as fotos estão lindas, mostrando de um jeito unico, tantas belezas, aquele penhasco deu até arrepio, mas como tu disseste é de tirar o folego.
    agora com as energias recarregadas nas paragens da Madeira, me dispeço, esperando uma proxima caminhada (mesmo a distancia)
    para ver e apreciar mais um pouco de tua encantada terra.

    beijo

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  2. Viajo sempre contigo...
    Amo flores e estas que hoje apareceram por aqui são tocantes.
    Fiquei de passar-te um endereço, mas não quero deixá-lo aqui.
    Passe um mail para mim que lhe envio.
    Caso queira, logicamente.
    Beijinhos em teu coração, amigo... como tu dizes, do tamanho do oceano.

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  3. Boa noite Madeira!

    Que bonita a tua terra, rapaz. Sentimo-nos contagiados pelo amor que lhe devotas.

    Bem hajas por isso, porque para deitar abaixo nao falta quem meu amigo.

    abracos

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  4. Um sonho post teu ,Monica,uma viagem linda,em imagens,fotos e textos,li e reli!
    Merci por ternura tua,girassois de campos meus ,assim como ternura toda do mundo!
    Bzu mão suas!

    Viva La Vida!

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