segunda-feira, 15 de junho de 2009

Boaventura - Levada do Tornos - Lombo do Urzal (07-06-2009)

Domingo, 07 de Junho de 2009.
Uma vez mais juntei-me ao Amigos da Natureza. Começa a ser um hábito. Um bom hábito, diga-se de passagem.
O dia como sempre começou bem cedo. Pelas sete e quarenta da manhã, já muita gente alinhava junto ao autocarro habitual, com o motorista habitual.
Cheguei, contra meu gosto um pouco atrasado. Já toda a gente estava com os seus lugares “marcados” dentro do autocarro. Eu também, felizmente, já tinha o meu marcado. Pelo meu irmão e companheiro de caminhadas que já trazia o meu marcado desde o Caniço.
Nem houve tempo para os cumprimentos da praxe. Foi “ver e aviar” e num ápice já estávamos a caminho da Ribeira Brava onde faríamos a habitual paragem para o café matinal.


Foi uma paragem maior que a habitual. Havia uma razão especial. Afinal eu “novo” nestas andanças nem tinha desconfiado que os seniores do grupo preparavam um repasto tradicional madeirense para o fim da caminhada. Nada mais, nada menos que uma espetada! Agora sim estava explicada muita coisa.
Feitas as compras, pusemo-nos a caminho da Boaventura.
Começamos a andar já passava das dez horas da manhã. Mas, também segundo diziam os mais experientes o percurso seria curto. Teria de haver tempo para o convívio. Fiquei contente por um lado e triste por outro. Contente, naturalmente pelo convívio. É sempre bom termos uma oportunidade extra para conhecer um pouco melhor a malta que nos acompanha. Triste porque a minha “sede” de conhecimento deixa-me sempre a pensar no tempo que eventualmente poderia ser aproveitado para conhecer um pouco mais dos trilhos que nos rodeiam.
Enfim, não podemos ter tudo e havia então que aproveitar ao máximo o me era proposto.
Foi o que fiz.
O autocarro deixou-nos na estrada que desce para São Cristovão ao encontro da vereda da Entrosa. Passamos por cima duma bonita ponte sobre a Ribeira do Porco e foi bonito olhar para trás e ver tanta gente em fila e tão bem disposta.
Subimos até á Fajã do Penedo ao encontro da Levada das Faias. Nisto, e depois de uma breve paragem para comer alguma coisa, fui abordado por um grupo de caminheiros amigos para um possível “desvio” do percurso inicial. Dito e feito.
Em boa hora o fiz. Foi uma subida um pouco cansativa pela estrada florestal que liga a Fajã do Penedo á Levada dos Tornos no troço onde ela se encontra com o Túnel que vem desde o Caldeirão Verde de Baixo.




Fizemos uma pequena paragem junto á casa dos Levadeiros para nova merenda. Seguimos logo depois pela Levada dos Tornos. A caminho do Lombo do Urzal. As vistas pelo caminho sobre todo o vale, primeiro com a Falca de Cima e Falca de Baixo com a sua pequena Igreja em destaque merecem por si só uma caminhada neste troço deste canal. A conversas pelo caminho surgiam em catadupa. Os caminheiros que eu acompanhava, todos eles experientes caminheiros, falavam de caminhadas “de outro mundo”. Por exemplo, apontavam-me ali mesmo á nossa frente uma subida á Boca da Achadinha capaz de fazer arrepiar o mais corajoso dos caminheiros. Gente valente aquela que não desiste de trilhar por caminhos e lugares entregues ao esquecimento dos homens. É tão bom ouvi-los falar destas aventuras! Direi mesmo que já é parte integrante destas caminhadas ouvir falar esta gente que faz destes percursos uma missão! Um bem haja a todos eles!
Seguindo as instruções de um dos chefes do Grupo dos Amigos, não iríamos descer pela conhecida vereda que liga a Boca das Torrinhas ao Lombo do Urzal. Iríamos sim antecipar a descida por uma vereda que muito pouca gente conhecia e nos trouxe de encontro ao largo principal do Lombo do Urzal.
Tempo ainda para tomar um “vinho do bom” em casa do Sr. Arlindo, velho conhecido dos caminheiros da “casa”. Gente simples esta que oferece tudo o que de melhor tem sem pedir nada em troca. Bem diferentes dos hábitos das grandes urbes.


Escusado será dizer que já muita gente esperava alegremente, junto ao “braseiro”. As espetadas estavam mesmo a sair e as batatas já estavam em cima da mesa! Os garrafões de vinho também espreitavam de cima da carroceria duma velha furgoneta que debitava do velho rádio uma musica tão distorcida, bem ao jeito dum arraial típico madeirense!
Enfim, se a boa disposição já reinava durante a caminhada, escusado será dizer que depois do vinho fazer efeito a “coisa” melhorou substancialmente!
Um bom fim de passeio. Ainda com uma paragem por São Vicente que serviu para alguns “arejarem” e tomarem um “desanuviador” café antes do regresso a casa. Outros se calhar nem tanto. Verificou-se isso mesmo no regresso ao Funchal dentro do autocarro.
Assim terminou a nossa caminhada - convívio.
Até uma próxima caminhada na nossa terra, num qualquer caminho, num qualquer lugar desta bendita terra!

1 comentário:

  1. Boas! Antes demais queria agradecer pelo comentário postado no meu blog...depois quero saudá-lo pelo seu blog, magnífico! Sou estudante de ecoturismo pelo que os temas que aborda são muito do meu interesse =) à uns anos visitei esta ilha que me fascinou muito pelas suas paisagens e sossego!Continuarei atento...continuação de um bom trabalho! ABRAÇO
    podemo-nos tratar por tu! Boas caminhadas!

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