quarta-feira, 24 de junho de 2009

Encumeada - Folhadal - Lombo Barbinhas - Paul da Serra -Rabaças - Encumeada - 10-06-2009

Quinta-feira, 11 de Junho de 2009.
Hoje seria um dia para aproveitar na íntegra! Eu o J. Tínhamos o dia por “nossa” conta!
Combinamos no dia anterior, que iria buscá-lo a casa pelas sete e trinta. Assim foi. Seríamos só nos dois para esta caminhada. A “quota mínima” para uma boa caminhada pela serra!
Dirigimo-nos á Encumeada. Era lá que iniciaríamos o nosso percurso. Tomamos um café no bar da Encumeada e preparamo-nos para o arranque. Eram oito e vinte da manhã quando
começamos a caminhar.


Começamos na Levada do Norte junto á Boca da Encumeada, no percurso que aí se inicia. O dia estava bom. O entusiasmo em alta. O percurso, parte eu conhecia dos livros, parte estava na “cabeça” do J.
A primeira parte decorre na levada ainda com as vistas sobre o vale da Ribeira Brava, com a Pousada da Encumeada sempre em primeiro plano. Paus brancos, tis, cedros da Madeira e faias europeias acompanham-nos ao longo destes primeiros metros do percurso. E que bela companhia nos fazem! O sentimento é o de quem está prestes a entrar numa “floresta mágica”. E não é afastar-se muito da verdade se o afirmarmos!




Cerca de um quilómetro depois de termos iniciado o percurso junto á Encumeada, a levada divide-se em dois canais. O J. diz-me para fixar bem aquele local! Mais á frente vão saber porquê. A orientação era para entrarmos no túnel de cerca de trezentos metros que nos leva ao “outro lado” da ilha. Depois desta travessia meus amigos, a paisagem que vínhamos a acompanhar, muda radicalmente! A juntar aos tis da costa sul, aparecem os loureiros, vinháticos e os famosos folhados! Esta zona é mesmo conhecida pelo Folhadal. Entre o início do percurso e as casas dos levadeiros junto ao caminho florestal das Ginjas, são seis túneis. Faltavam então percorrer cinco. O percurso ao longo da levada é deveras dos mais bonitos que conheci até agora. E não é exagero! Ao longo de cada vale, cada lombo as cascatas sucedem-se fazendo do “quadro” algo do outro mundo! O “sacrifício” de passarmos por túneis, é compensado pelas “visões” que temos em cada um destes recantos. Não existem palavras!
Chegamos ás casas dos levadeiros eram nove horas e quarenta minutos. Aproveitamos para fazer as pazes com estômago junto a estas casas. A envolvência das mesmas assim o convidam.
Depois era continuar caminho. Sempre na Levada do Norte. A passagem pelo Lombo Barbinhas é fenomenal! Paisagens arrepiantes! O chão da Ribeira no Seixal aos “nossos pés”. Impressionante a perspectiva da zona dos viveiros das trutas e do restaurante Laurissilva. Como me dizia o J. “quando andares lá em baixo vais olhar cá para cima com outros olhos”
Uma nota negativa para as obras e respectiva pintura da casa dos levadeiros neste sitio. Volumetria adulterada, bem como as cores algo desenquadradas, na minha opinião.
Eram onze e cinquenta quando começamos a subir a vereda que nos levaria á Beira do Queimado no bordo do Paul da Serra. A subida faz-se a uma cadência mais lenta. A conversa animada faz com que a subida se torne mais “suave”.




O tempo no Paul estava magnífico! Sol quanto baste para uma caminhada serena e segura.
Lá estava ele, o Pico Ruivo do Paul mesmo á nossa direita, e a Santinha do Paul á nossa frente como nossos pontos de referencia. Seguimos pelo planalto flectindo um pouco para a direita, de encontro ao cruzamento onde se encontram a Estrada para o Fanal, Porto Moniz, Estanquinhos e Calheta. Seguimos por este ultimo troço. Ao encontro da estrada antiga de acesso ao Paul. Levamos cerca de uma hora a atravessar o Planalto do Paul da Serra. O sol fazia-nos companhia. O ar fresco também ajudava na caminhada.
Seguimos uns metros abaixo ao encontro da Levada do Paul. Seguimos nela durante algum tempo. Até encontrarmos uma estrada de cimento. É nela que devemos descer ao encontro da Levada das Rabaças. Magnífico este sítio. Dos únicos pontos da costa sul da ilha onde se encontram vestígios da floresta Laurissilva. Aqui o tempo fez-nos uma “partida” dado que o nevoeiro iria fazer-nos companhia durante algum tempo. Lá se iriam as vistas sobre a costa sul da Madeira. Sobre a Ponta do Sol. Não faz mal. Fica para uma próxima “investida”, em sentido contrário quem sabe.
Atingimos o Túnel das Rabaças faltavam cinco minutos para as três horas. Atravessamos este Túnel. Levamos cerca de vinte e cinco minutos para atravessar os cerca de dois quilómetros.



Depois deste, das vistas sobre algumas montanhas da cordilheira central, novamente com um tempo magnífico, atingimos a casa dos levadeiros. Em avançado estado de degradação. Uma pena ver uma casa daquelas naquele estado. A não ser precisa para o fim para que foi criada, outra utilidade poderia ser-lhe dada a meu ver.
Mais um pequeno túnel e as paisagens imponentes sucedem-se. Fenomenal!
Atingimos o local onde praticamente iniciamos a nossa caminhada. Ou seja, junto ao túnel que nos levou no inicio ao Folhadal. Era tempo de fazer o caminho de volta até á Encumeada. Eram quatro e vinte da tarde.
Estranhamente não estávamos cansados. Eu e o J. tínhamos feito este percurso em oito horas e sentíamo-nos bem. Pelas nossas contas foram mais de quarenta quilómetros. E sentíamo-nos prontos para mais!


Atrevo-me a dizer que caminhar por percursos tão belos, como este que acabávamos de fazer, não cansa! Não existem palavras para descrever a beleza deste percurso. Espero que com as minhas palavras consiga pelo menos motivar mais alguém, um que seja para conhecer estas maravilhas da nossa terra!
No bar da Encumeada esperava-nos a “cerveja” do costume. Servida pela “moça” do costume.
Um dia em cheio. Num percurso magnífico. Na boa companhia do meu amigo J. Obrigado J.
Um abraço e até qualquer dia. Num qualquer caminho desta terra, num qualquer lugar desta magnífica terra.

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