Quinta-feira, 6 de Agosto de 2009
De férias, era a vez de dar azo a imaginação. Sem a preocupação do tempo, sempre o tempo, eu e o J. preparávamos uma coisa em grande. Tipo “três em um” como costuma dizer quando programa um passeio um pouco mais longo. Um pouco mais “puxado”.
Desta feita a mim e ao J. juntou-se o meu “brother” caminheiro. Não andava lá em muitas boas condições físicas (tem a mania que é o Simão Sabrosa e depois lixa-se), mas queria hoje caminhar para acabar em grande as suas merecidas férias.
Saímos de casa, já bem perto das oito da manhã. Tomamos café no Bar da Encumeada. Foi lá que começamos a divagar sobre o tempo e o que nos permitiria fazer. Meu irmão nem desconfiava. Eu já fazia alguma ideia. O J. já me tinha dado umas “luzes” sobre o percurso, e como sempre já tinha andado no “Google” a ver por onde tínhamos de andar…preferi jogar na surpresa.
Desta feita a mim e ao J. juntou-se o meu “brother” caminheiro. Não andava lá em muitas boas condições físicas (tem a mania que é o Simão Sabrosa e depois lixa-se), mas queria hoje caminhar para acabar em grande as suas merecidas férias.
Saímos de casa, já bem perto das oito da manhã. Tomamos café no Bar da Encumeada. Foi lá que começamos a divagar sobre o tempo e o que nos permitiria fazer. Meu irmão nem desconfiava. Eu já fazia alguma ideia. O J. já me tinha dado umas “luzes” sobre o percurso, e como sempre já tinha andado no “Google” a ver por onde tínhamos de andar…preferi jogar na surpresa.
Engraçado foi ver a nossa silhueta projectada no fundo do ribeiro. Um momento para umas risadas e claro, não escaparam as fotografias.
Na zona da derrocada, chegamos eram dez horas e quarenta e oito minutos. Nota-se que deve ter sido uma grande derrocada pelos vestígios ainda presentes. Um dos males que afectam de vez em quando a nossa Ilha, contingências da sua morfologia geológica.
Chegámos á subida dos Rápidos ás onze horas e treze minutos. E que subida. Trezentos e quatro degraus (contados por mim – não há consenso quanto ao numero exacto porque há uma zona em que eles desaparecem e então é o comprimento dos passos de cada um a ditar a média) fazem-nos superar um desnível bastante acentuado o que após a sua ascensão, faz as nossas pernas pedirem um pouco de repouso. Continuamos até á nascente da Levada. Algo perigosa na sua passagem. Atingimo-la ás onze horas e vinte e seis minutos. A partir daí sempre a subir pela Vereda dos Rápidos que se encontra ainda transitável mas já muito fechada. Meu irmão que parecia ter tomado o Red Bull, resolveu apertar o passo e deixar-nos para trás. Coisa do vigor da idade. A nossa vitoria, minha e do J., viria mais tarde.
Seguimos nesta vereda até atingirmos a descida da Vereda da Palha Carga. Deve assim a vereda este nome porventura á grande quantidade desta planta, Palha Carga (Festuca donax) que existiu neste local. Encontramos ainda aqui e ali. É uma planta algo comum na Floresta Laurissilva entre os 900 e os 1800 metros, principalmente nos locais rochosos. Tínhamos então uma nova descida para por á prova os nossos músculos e os nossos joelhos. A descida faz-se em passo de corrida. Não há nada de especial para ver e sempre ajuda a minorar o sofrimento dos referidos joelhos.
Faltavam dez minutos para as duas horas quando atingimos a muito movimentada Vereda das 25 Fontes. Tivemos ainda tempo para apreciar as belezas sempre surpreendentes deste local.
Embora muito movimentado, consegue-se sempre um cantinho, convidativo á meditação. Consumidos estes breves momentos, continuamos caminho. Agora em direcção á Casa do Rabaçal. Antes disso faríamos a inevitável visita ao Risco. Inevitável mesmo. Não podemos passar por ali sem deliciar a nossa vista com aquela queda de água ali imponente. Simplesmente majestosa!Voltamos á casa do Rabaçal. Descansamos aí um pouco. Alíviamos o farnel mais uma vez.
A subida faz-se suavemente. Para quem já tinha descido e subido tanto no dia de hoje, isto não era nada. Ora bem, nada, não é bem assim…o meu querido maninho que andou o caminho todo aos “esticões” ora correr ora a gozar comigo e com o J. dava sinais de cansaço…nos músculos das pernas….dizia ele. A nossa hora de vitória era chegada!
Ainda faltava descer até á Lagoa do Vento. Que espectáculo! Que visão! Segundo dizia o J. a lagoa estava com menos água que o habitual, mas para mim, era perfeita!
O sítio é de facto paradisíaco. Muito há a acrescentar. Não existem palavras. Dizem que no inverno é mais bonita. O verde, tonalidade mor da lagoa, dá um encanto especial ao local. Parece que de repente chegamos ao paraíso. Hei-de lá voltar. Um dia destes. Muitas vezes.
Finalmente era tempo de fazer o caminho de volta. O caminho, a maior parte dele, já era por mim conhecido. Muito agradável mesmo de se fazer. Fizemo-lo na brincadeira. Três quartos de hora foram o suficiente para nos trazer de volta ao carro, junto ao miradouro do Rabaçal. Chegámos aí eram dezassete horas e quinze minutos. Depois de um ligeiro descanso e de uma muda de roupa.
Nós, já sabem. Continuaremos por aí. Numa qualquer vereda. Perdidos num qualquer recanto. Num qualquer caminho desta terra abençoada!
Um abraço e até á próxima!
Oi Ilídio.
ResponderEliminareste passeio foi muito bom, pela tua descrição.
preciso perguntar-te, tu falas muito em levada, por acaso levada são esses canais de água que se vem muito nas fotos?
desculpa minha ignorancia no assunto.
fiquei encantada com as belas fotos, tu realmente moras num pedaço do paraiso.
abraço forte.
Hola Pegadas,
ResponderEliminarMe encanta tu blog...Quien pudiera hacer esas caminatas...Pero mis hijas son pequeñas -mi hija mayor también se llama Mónica, como tu hija y también tiene 11 años ¡qué casualidad! y la pequeña, Laura, tiene 5 años...Espero que en un futuro, cuando esté por Madeira, pueda unirme a su grupo en alguna de sus caminatas...
Un saludo desde Gran Canaria
Excelente descrição, e parabéns pelos pormenores. É uma excelente ajuda para quem quer se aventurar nestas caminhadas.Continuem.
ResponderEliminarExcelente descrição das levadas e veredas que existem no vale do Rabaçal e muitos parabéns pelo blog!
ResponderEliminarNo inicio da caminhada, o trilho que desceram desde da Levada das 25 Fontes até a Levada da Rocha Vermelha inicia-se junto à entrada do túnel? E esta em que condiçoes? Pergunto isto pois segundo sei o um outro ponto de descida existente mais adiante esta danificado por uma derrocada.. Agradecia a informação..
Muito bom, Pegadas! (Ilídio?). Muito bem escrito, agradável, fluente, não dá para largar antes de chegar ao fim...
ResponderEliminarConheço a maior parte desse percurso, mas nunca me atreveria a fazê-lo assim, todo de uma vez... para mim, isso em doses moderadas funciona melhor eheheh.....
Olá Evangelina :) então por aqui? :P -obrigado pelos elogios, volte sempre.
Eliminar(Ilídio)
Boas companheiro caminheiro.
ResponderEliminarHoje tentei percorrer a levada da rocha vermelha, contudo sem sucesso.
Iniciamos o percurso na Calheta, atravessando o túnel até a levada das 25 fontes. Não encontramos a descida para a levada da rocha vermelha.
Reparamos que existia uma descida, mas que se encontrava destruída por uma derrocada. É aqui que devemos descer?
Na saída do túnel a esquerda também existe uma descida. Esta leva-nos a essa levada?
Fico agradecido por uma resposta.
a descida para a Rocha Vermelha fica numa curva algo larga, uns 10 minutos antes de chegar ás 25 Fontes.
EliminarDesculpe a demora na resposta,
Abraço