quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Achada do Teixeira - Vereda da Cuada - Vereda Pico Canario - Vereda da Encumeada - Encumeada - 20-09-2009

Domingo, 20 de Setembro 2009
Mais uma vez na companhia dos Amigos da Natureza.
Desta feita o percurso era a travessia desde a Achada do Teixeira em Santana até á Encumeada, passando pelo Pico Ruivo.
Sendo assim, como é hábito juntamo-nos na Avenida do Mar para assim garantir o nosso lugar no autocarro, guiado pelo já, nosso amigo Jorge.
Á hora habitual, lá saímos em direcção a Machico, na zona leste da Madeira. Foi lá que tomamos assim o primeiro café da manhã. Em amena cavaqueira com o meu amigo J., lá fomos á pastelaria do costume, quando a paragem obrigatória é por aquelas bandas. Pusemos assim alguma da conversa em dia. Tomamos café e juntamo-nos aos demais caminheiros.
Depois foi seguir até Santana. Até a Achada do Teixeira, não sem antes passar pelo bonito Pico das Pedras. Houve mesmo quem quisesse começar o passeio por lá.
Começamos assim a andar eram já nove horas e cinquenta minutos, em direcção ao Pico Ruivo.
O dia estava magnífico! Lindo! Aquele pequeno percurso que liga a Achada do Teixeira até ao ponto mais alto da Ilha da Madeira, de cada vez que o faço, revela-me sempre surpresas. Digo mesmo que são motivos escondidos pela Mãe Natureza de propósito para que lá volte. Vezes sem conta. Do lado esquerdo, tínhamos a Ribeira Seca do Faial, do lado direito a Ribeira de São Jorge.
Muitos caminheiros responderam á chamada. Eu e o J. deixamo-nos ficar para trás junto com um pequeno grupo experiente que tirava algumas ilações e conclusões sobre as suas particulares caminhadas. Seria com eles que percorreria a aventurosa caminhada de hoje até ao fim. Em boa hora, diga-se.


Em agradável conversa seguimos assim de encontro até á casa de Abrigo do Pico Ruivo. Já estavam lá todos os companheiros para a primeira paragem e primeiro “assalto” ao farnel.
Quando de qualquer ângulo avisto esta casa de abrigo, lembro-me sempre de um título de um filme. É ele “Uma Casa no Fim do Mundo”. Não sei porquê vem-me sempre este titulo á cabeça quando olho para esta casa aninhada na montanha mais alta da Madeira. Coisas que nem eu sei explicar às vezes. Foi uma casa construída originalmente em 1939.
Como o percurso era dos chamados “fáceis” o experiente grupo já tinha na ideia uma alternativa de forma a “apimentar” um pouco mais a caminhada de hoje. Eu e o J. tivemos a sorte e a honra de merecer sermos convidados a acompanha-los. Superaria todas as minhas expectativas!Depois do rápido descanso no Pico Ruivo, foi tempo de dissimular a nossa “escapada”. Seria assim um pequeno grupo de oito elementos (eu incluído) que começaria assim a descer a Vereda da Aquada. O percurso faz-se dificilmente primeiro a descer. O trilho desaparece por algumas vezes, mas em compensação o dia limpo faz respirar de alívio os mais experientes caminheiros. Eram assim dez horas e trinta e quatro minutos quando iniciamos esta descida.







Meia hora depois teria a assim o primeiro teste. Uma passagem super estreita numa “parede” com sinais de em tempos ter havido pelo menos onde meter os pés com segurança para fazer esta passagem. Infelizmente a erosão aliada às intempéries próprias destas altitudes “deram cabo” do que outrora garantia esta passagem com o mínimo de segurança. Havia assim que fazer esta passagem com muito cuidado. Um escorregamento seria fatal. Sempre numa atitude altruísta, dois dos caminheiros mais experientes na frente do pelotão fariam ainda o “avivamento” dessa mesma passagem para que nós a pudéssemos transpor com um pouco mais de segurança. Assim foi.
Vinte minutos depois teríamos assim a nossa segunda prova. Um descida por um leito de um ribeiro que, novamente pela altura que impunha, merecia os nossos redobrados cuidados.
A descida fez-se lentamente com uma entreajuda de todos os caminheiros. Bem, quase todos. Havia sempre quem se dedicasse em exclusivo às fotografias e ás filmagens. Não fosse alguém pôr algum pé em falso e esse mesmo momento não ficasse captado e registado para a posterioridade! Não foi o caso, felizmente.
Vinte minutos depois era tempo de atingirmos uma zona que outrora teria servido de abrigo para o gado tendo mesmo, talvez, servido de curral para as tosquias sazonais.
Fizemos aí a primeira paragem. Para comer algo e apreciar a beleza imponente que nos rodeava.



Ao meio dia e cinco atíngimos a zona onde esta vereda se cruza com a Vereda que vem desde o Caldeirão do Inferno para o Pico Ruivo. Seguimos caminho. De encontro á Vereda do Pico Canário. O percurso não é fácil. Umas subidas algo difíceis, fazem-nos por vezes desfalecer. Muito por culpa da falta de treino dos músculos para este tipo de caminhadas. A vontade, essa era suprema e fazia-me superar cada novo obstáculo que se nos deparava. Assim foi. Quando a vontade é de dentro, o corpo é “obrigado” a responder em conformidade. Quase sempre.
Era uma hora e vinte minutos quando atingimos a vereda do Pico Canário. Descansamos uma vez mais. O corpo assim pedia. Foi assim feita a “sua” vontade.




Íamos agora de encontro á vereda do Pico Ruivo – Encumeada, que os nossos amigos e companheiros tinham já percorrido. Foi fácil a partir daqui. Fácil, em termos das condições do trilho. Não muito fácil, tendo em conta que teríamos ainda algumas subidas, principalmente a do Pico do Jorge que nos faria novamente abrandar o ritmo, não fossem os músculos nos pregarem alguma “partida” não desejada.
Passaríamos ainda pela Boca das Torrinhas. Algum nevoeiro, não nos deixaria assim delirados com as vistas sobre o Curral das Freiras. Foi uma pena.
Do ponto onde a Vereda para S. Jorge /Pico Canário, se encontra com Vereda Pico Ruivo – Encumeada, até á referida Encumeada, ponto final do nosso destino, levamos uma hora e cinquenta minutos.




Passamos ainda pelo Chão do Alecrim onde fizemos uma curta paragem para o reagrupamento final. “Desertamos” juntos, teríamos de chegar juntos. Assim foi.
Tínhamos assim á nossa espera mais um dos convívios do Amigos na Encumeada. Bolo do caco, espetada e vinho da região.
Foi um convívio salutar, onde novos e menos novos confraternizaram a bom nível.
Um fim de um passeio magnífico. Com um desvio de percurso fascinante. Aos companheiros amigos que me proporcionaram esta alternativa, só tenho a agradecer eternamente o convite. Ficará para sempre na minha memória.
Já sabem meus amigos, continuarei por aí. Numa qualquer vereda. Alimentando o espírito. Numa “cruzada” que não sei aonde me levará. Uma coisa é certa: o caminho tem sido árduo mas altamente compensador.
Abraço e até á próxima caminhada na minha terra!

2 comentários:

  1. oi.
    como não poderia deixar de ser as fotos estão lindas...
    parece-me que desta vez não foi muito facil a caminhada, e perigosa em alguns pontos como descreveste,
    as vezes o destino nos presenteia, como foi o caso, pelo que entendi vocês não pretendiam, ir por estes caminhos, mas surguio o convite no meio da viagem, isto é muito bom...
    Percebi observando as fotos que não tem deslisamentos de terras nas encostas, das, montanhas, aí.
    Aqui no brasil, ten-se visto muitos desmoronamentos dos morros, levando tudo que tem pela frente, inclusive vidas,,,
    Aqui no sul onde moro não tem muito apezar de ser área de montanhas, penso que por ser menos habitado...

    mas adorei acompanhar esta caminhada pelos picos, veredase levadas da Madeira....até a proxima então.

    beijo do Brasil ;)

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  2. Acho que já aprendi!
    Cmpts

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