segunda-feira, 4 de maio de 2009

Levada do Norte-Cabo Girão – Fajã da Ribeira-Ribeira Brava - 29/03/2009

Domingo. Dia bom em perspectiva. O objectivo desta feita era percorrer um dos troços mais conhecidos da famosa Levada do Norte. Iríamos percorre-la desde o Cabo Girão á Boa Morte seguindo depois até a Eira do Mourão descendo finalmente para a Fajã da Ribeira na Ribeira Brava.
A companhia desta feita era o meu irmão mais novo. Novo também nestas andanças mas igualmente entusiasta no que respeita a esta vontade de caminhar e conhecer lugares novos.
Antes da caminhada, era tempo de um café matinal num dos cafés junto ao cruzamento que dá acesso ao Cabo Girão, o mais alto promontório da Europa e segundo mais alto do mundo. Cabo Girão assim se chama porque, conforme é-nos relatado pelo livro “Saudades da Terra” foi nesse sítio que ficaram como ponto de referência, João Gonçalves Zarco e companheiros, para o final do primeiro “giro” de reconhecimento pela costa marítima, no primeiro dia do seu reconhecimento. Tem 580 metros de altura. Voltaremos um dia destes a este lugar.


Findo o café era tempo de encontrar o inicio da parte da Levada do Norte que iríamos percorrer. Não foi preciso procurar muito. Logo abaixo junto ao Ribeiro da Caldeira aí estava ela a magnifica Levada do Norte!
Antes que percorrêssemos o primeiro quilómetro, eis que surge um pequeno túnel com cerca de trezentos metros que nos irá fazer passar da freguesia de Câmara de Lobos para a Freguesia da Quinta Grande num ápice. Num espaço de curtos minutos estamos na terra natal de meu avô paterno, que tão boas recordações tinha da sua terra.








Cruzamos novamente a estrada Regional ainda na Quinta Grande e finalmente vamos por assim dizer ao “sabor da Levada”. Com a freguesia sempre em plano inferior ficamos com uma ideia diferente dessa pitoresca freguesia da nossa maravilhosa Ilha. Os campos cultivados, graças a esta mesma levada dão um ar cuidado a essa mesma paisagem. O mesmo se passa quando após algumas curvas da levada avistamos o Campanário…que visão de grandeza temos desta freguesia a partir desta Levada! São cerca de oito quilómetros de rara beleza sempre com a “civilização” sempre em plano inferior.













Atingimos a Boa Morte cerca de duas horas depois. Arranjos na continuação desta levada até á Eira do Mourão, deviou-nos estrada abaixo, até ao Largo da Boa Morte.

Informados por uma senhora que prontamente nos indicou o caminho mais curto para a Eira do Mourão sem termos de apanhar novamente a Levada do Norte e que segundo ela, era o caminho outrora utilizado entre esta localidade na Boa Morte e a Eira do Mourão, iniciamos o nosso último troço de vereda. Tinha razão a simpática senhora que até nos ofereceu uns maracujás prontamente colhidos na hora. Outrora porque há muito tempo ninguém utilizava aquela vereda que a principio é acompanhada por uma levada pensamos que também desactivada. A referida Vereda tem início logo por detrás da Quinta do Til. Assim colhidas algumas fotos panorâmicas sobre o vale da Ribeira Brava, tivemos por assim dizer “desbravar” caminho. Primeiro a descer ao encontro de um pequeno ribeiro, depois a subir, de encontro á Eira do Mourão onde faríamos a descida final até á Fajã da Ribeira.
As vistas sobre a Ribeira Brava desde a Eira do Mourão, com o edifício da antiga Escola em destaque, são meus amigos, soberbas!
















Depois é só desfrutar os vários ângulos de paisagem sobre Vale da Ribeira Brava, primeiro sobre a Meia Légua, depois sobre a zona de uma grande área Comercial e o Centro Desportivo da Madeira. A descida embora bastante íngreme e exigente é largamente compensada pelas vistas de cortar a respiração sobre este mesmo vale. A Ribeira Brava vista de outros planos completamente desconhecidos. Pelo menos para mim e para o meu camarada e irmão caminheiro.

Ao atingirmos as primeiras casas da Fajã da Ribeira, por sinal completamente abandonadas, uma pequena tentação junto a umas nespereiras que tombavam os pesados galhos carregados de fruto para a escadaria.
Satisfeitos os desejos, rumamos á Ribeira Brava onde na esplanada refrescaríamos as nossas gargantas com uma apetecida e gelada “Coral”.
Uma caminhada que recomendamos a todos os nossos amigos e caminheiros! Pela facilidade, pelos acessos e pela beleza!
Um abraço e até à próxima caminhada na minha terra!

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