quarta-feira, 20 de maio de 2009

Portela - Espigão Amarelo - Boca do Risco – Machico - 10/05/2009


Domingo. Pela segunda vez iria juntar-me ao “entretido” grupo Amigos da Natureza. Sabia bem que não me iria arrepender.
Muita, mas muita gente logo pela manhã junto á antiga Avenida do Mar. Parece que toda a gente está a responder á chamada. E aparecem sempre os “intrometidos” como eu.
Como já disse no início do Blogue não haveriam pretensões especificas que não fossem transmitir sensações só minhas dos muitos caminhos e lugares desta minha terra.
E para quem conhece tão pouco, nada melhor que de vez em quando juntar-me a estes grupos de pessoas que fazem isto há anos a fio. Sem publicidades, sem vaidades, sem marketing, apenas movidos pela vontade de caminhar ano após ano. Caminhando por alguns trilhos repetidamente, vezes sem conta, obtendo em cada vez uma perspectiva nova, um degrau novo, uma nova descida, um novo desvio, um novo atalho por meio de uma qualquer urze.
A minha única pretensão é conhecer e louvar cada santuário que esta terra guarda no seu íntimo e ás vezes tão á nossa beira que nem nos apercebemos.
Posto isto, tempo voltar a descrição no nosso magnífico passeio.
O autocarro, como já seria de adivinhar, completou-se muito rapidamente. E lá seguimos, na azáfama habitual rumo a Machico para o primeiro café da manhã.
Em Machico muito rapidamente o grupo dividiu-se em pequenos grupos para o café matinal. Chegaram inclusive mais elementos habituais daquela zona que também costumam fazer caminhadas. Teriam que deslocar-se na “camioneta da carreira” ou então em carro próprio até á Portela, ponto do início da caminhada.
Chegamos á Portela pelas nove e meia. A subida até este local fez-se muito lentamente. Ao ritmo de um autocarro cheio de boa disposição. Um dia magnifico por aquelas bandas. Um vista sempre espectacular sobre o Porto da Cruz e em destaque sobre a Penha de Águia. Tempo ainda para umas “fotos de família” junto á nova zona de lazer deste local. Logo de seguida iniciou-se a descida rumo ás terras do Porto da Cruz. Alguns divergiram pelas Funduras, aliás como é habitual neste grupo. Eu continuei com o “grosso da coluna” rumo á Cruz da Guarda. Palmilhamos aí alguns metros em alcatrão. Contra meu gosto, digamos de passagem. Teríamos de encontrar uma pequena levada de encontro ao Larano. O dia e a boa disposição continuavam no auge! As anedotas e risadas surgiam em catadupa!






Tempo de subir a um pequeno promontório de onde se avista a o Porto da Cruz em destaque com a sua baía. Depois disso, começamos a subir novamente, de encontro a outro promontório. Desta feita juntei-me a um pequeno subgrupo de caminheiros da “casa”, com muito mais “rodagem” nestas andanças. Ainda bem que assim foi! Dali, fiquei com uma visão arrepiante do Curral do Mar que de outra forma não seria possível. O “grosso da coluna” seguira a vereda pelo caminho mais curto. Ainda bem que me deixei ficar!
Tempo de tomar ainda o caminho do Cabo Larano, que assim se chama por ter sido construído exactamente para dar acesso ao Teleférico Misto do Cabo Larano. Este teleférico foi construído para dar acesso aos difíceis terrenos agrícolas do Curral do Mar. Construído com apoios do Fundo Europeu de Orientação e de Garantia Agrícola e cujo o promotor foi a Associação de Agricultores da Madeira. Infelizmente ao que parece, nunca funcionou. Isto só por si justifica os terrenos agrícolas abandonados neste sítio de dificílimo acesso
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Continuamos caminho. Agora pela Vereda do Risco. Que paisagens arrepiantes! Que beleza fantástica! Apesar de alguma perigosidade do percurso, facilmente a esquecemos em detrimento das paisagens únicas! O som do mar a bater lá em baixo, só intervalado com o silencio ensurdecedor das ravinas!
No trilho, destaque ainda para a boa disposição deste pequeno grupo no qual me “incluí” eu e o meu irmão companheiro nestas andanças. É impressionante o espírito desta gente! Fantástico mesmo! Ganharei eu alguma vez aquele espírito? Sabe-se lá. Talvez daqui a uns anos!

Tempo para descansar um pouco e descarregar o farnel. Á sombra. O sol continuava esplêndido! As vistas sobre o Cabo Larano e sobre o mar eram meus amigos, fenomenais! A Vereda estava segundo os mais entendidos “uma avenida”! Trabalho cuidado da Câmara Municipal de Machico para recuperar um dos mais bonitos trilhos turísticos da Madeira! A quem promoveu esta iniciativa o meu bem-haja!
Paramos um pouco na Boca do Risco. Continuávamos atrás do “grosso da coluna”. Começamos a descer para Machico. Ao encontro da Levada do Caniçal. Esta levada que começa em Machico nas Fontes Vermelhas, corre nesta freguesia ao longo de 10 quilómetros. Dela obtêm-se óptimas vistas sobre o vale de Machico. Mais seis quilómetros já em terras do Caniçal completam esta levada. (um percurso já registado em agenda para fazer um destes dias)



Encontrada a levada do Caniçal, a qual não iríamos fazer na totalidade, seguimos em passo apressado até a “boca” do velho túnel de ligação Machico – Caniçal. Impressionante a ligação que este pequeno grupo mantém entre si. Foi muito bom acompanha-los nesta fase do percurso. Transformaram o que seria um passeio” normal” num passeio mais “empolgante” e ritmado! Pelos desvios ao longo deste mesmo percurso e pela maior velocidade imprimida ao longo desta ultima fase da caminhada!
Depois de atingida esta etapa seguimos sempre em frente numa vereda bem recuperada até á zona da Santa Casa da Misericórdia de Machico. Descemos daí pelo caminho da Quinta Palmeira. Depois foi só encontrar o resto do grupo que já se encontrava a “confraternizar” nos jardins junto Parqueamento do Autocarros em Machico.
Foi uma caminhada muito boa. Pelo bom tempo que sempre nos acompanhou (chegaram noticias ao longo do percurso que chovia no Funchal), pelo percurso em si e pela companhia destes bons caminheiros! A todos eles o meu sincero agradecimento por esta “intromissão”.
Até um qualquer dia destes, num qualquer caminho, num qualquer lugar desta linda terra!

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