Sexta-feira, 1º de Maio dia do Trabalhador. Portanto, também meu.
Levantei-me cedo. Um princípio de otite, afastou-me do passeio programado. Resolvi então ir ao encontro de algo mais fácil. Tinha na minha agenda a descida ao Calhau da Lapa por um destes dias em que o tempo disponível fosse menor. Seria então hoje o dia.
Sendo assim deixei o carro junto á Escola Básica Cónego João Jacinto Gonçalves de Andrade. Depois foi só andar mais uns metros á frente até encontrar a Vereda do Paço, que infelizmente não está devidamente assinalada.
Levantei-me cedo. Um princípio de otite, afastou-me do passeio programado. Resolvi então ir ao encontro de algo mais fácil. Tinha na minha agenda a descida ao Calhau da Lapa por um destes dias em que o tempo disponível fosse menor. Seria então hoje o dia.
Sendo assim deixei o carro junto á Escola Básica Cónego João Jacinto Gonçalves de Andrade. Depois foi só andar mais uns metros á frente até encontrar a Vereda do Paço, que infelizmente não está devidamente assinalada.
Depois é tempo de descer a parte mais íngreme da Vereda do Paço. Uma escadaria leva-nos como que de encontro ao mar! É linda e atrevida esta descida! Cerca de vinte minutos depois, estamos finalmente no magnífico Calhau da Lapa. Eram cerca das dez horas quando cheguei lá abaixo ao calhau. Uma criança brincava á bola sem camisa em frente ao pequeno bar-restaurante existente nesta localidade. Mais junto ao calhau, três outras aproveitavam a maré baixa para a apanha da lapa. Um adulto junto á porta de uma das quarenta e duas grutas existentes, preparava o petisco para o almoço, com a panela a tiracolo.
Uma paz imensa. Nem as crianças faziam barulho. Só as ondas do mar. E estava manso o gigante. Um pouco mais de atrevimento e far-se-ia a travessia apeada até á famosa Fajâ dos Padres. Fica para uma próxima. Agora, era a vez de descobrir o cais do calhau da Lapa. Outrora de grande importância, votado quase ao abandono, hoje, mantém somente uma parte do pontão que tinha sido inaugurado em 2004. A outra parte desapareceu num temporal há cerca de dois anos. Pensamos que a sua regeneração, será o ponto fulcral para o desenvolvimento deste pequeno núcleo. A ver vamos.
Confirmou-me o Sr. Alexandre (era assim que se chamava) que, inclusive, havia uma terceira vereda pelo meio da escarpa do calhau, com inicio junto á foz da Ribeira, logo a seguir á pequena ponte para o lado da Vereda da Vigia. Pude verificar alguns vestígios da mesma, mas grande parte desaparecida por entre a vegetação e algumas derrocadas. Via-se um brilho especial nos olhos de este homem ao falar daquele sítio na sua meninice. A alegria de ali voltar tanto tempo depois também era patente. Tivesse eu mais tempo e contar-me-ia histórias fabulosas da Madeira naquela zona nos anos setenta. As dificuldades, as razões da sua emigração, juntamente com o pai. Enfim. Muito teria para contar este homem conhecedor já de muitos “mares”.
Finda a conversa, era tempo subir a Vereda da Vigia. É de facto mais “suave”, mas também encontra-se de igual modo muito maltratada. Varandins destruídos, calcetamento que em alguns locais desaparece. A merecer também um olhar atento por parte de quem de direito. Encontrei inclusive restos de móveis velhos semi-consumidos pelo fogo junto á berma da vereda, na parte final junto á Estrada da Amoreira. Uma pena. Uma subida com vistas soberbas de paisagem, nomeadamente sobre o ilhéu que deu o nome á freguesia, deveria merecer outro tipo de atenção.
Depois, foi só ir buscar o carro ao inicio da outra vereda e rumar a casa.
Um passeio simples mesmo “á nossa mão” num local certamente muito desconhecido para muita gente.Um abraço e até á próxima caminhada na minha terra, num qualquer caminho, num qualquer lugar desta terra!
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